Greta Thunberg e a Desobediência Civil
- Thais Classe
- 14 de fev. de 2022
- 14 min de leitura
Atualizado: 15 de fev. de 2022
Nos últimos dois anos, uma adolescente roubou a cena nas discussões sobre meio ambiente e mudanças climáticas, discursando nos principais eventos ao redor do mundo e incomodando vários chefes de estado de países que tem agido contra a preservação eficiente dos recursos naturais. Sim, hoje vamos falar sobre a ativista ambiental Greta Thunberg.

Greta Tintin Eleonora Ernman Thunberg, nasceu em Estocolmo na Suécia em 3 de Janeiro de 2003. Ela foi diagnosticada com síndrome de Asperger, TDAH, transtorno obsessivo-compulsivo e mutismo seletivo. Embora reconheça algumas dificuldades por causa de seu diagnóstico, ela diz que dependendo das circunstâncias, "ser diferente é um superpoder". Ela também é vegetariana e ativista pelo direito dos animais. Seu ativismo começou depois de convencer seus pais a adotar várias opções de estilo de vida para reduzir sua própria pegada de carbono.
Em agosto de 2018, Thunberg ausentava-se das aulas para protestar, próxima ao parlamento sueco, exigindo por mais ações para mitigar as mudanças climáticas por parte dos políticos de seu país. Eventualmente, estudantes de outras comunidades se organizaram para protestos semelhantes ao de Greta. Juntos, ela e os milhares de estudantes que começaram a segui-la fizeram manifestações pelo clima em diversos países, chamado de Sextas para o Futuro (#FridaysForFuture).

Depois que Thunberg discursou na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2018, greves estudantis aconteceram todas as semanas em algum lugar do mundo. Para evitar voar e emitir carbono, Thunberg atravessou o Oceano Atlântico via veleiro para chegar aos Estados Unidos, onde participou da Cúpula das Nações Unidas sobre Ação Climática de 2019. Seu discurso lá, no qual ela exclamou "How dare you" ("como você se atreve" em português), foi amplamente retomado pela imprensa.
Sua repentina ascensão à fama mundial a tornou uma ativista líder, apesar dos criticismos crescentes. Sua influência no cenário mundial foi descrita pelo jornal The Guardian e outros jornais como o "efeito Greta". Ela recebeu inúmeras honrarias e prêmios, incluindo uma bolsa honorária da Royal Scottish Geographical Society, inclusão nas 100 pessoas mais influentes do Time, sendo a pessoa mais jovem do prêmio Pessoa do Ano da revista, inclusão na lista das 100 Mulheres Mais Poderosas do Mundo de acordo com a Forbes em 2019, e duas indicações consecutivas para o Prêmio Nobel da Paz (2019 e 2020).
A Desobediência Civil

A desobediência civil é um conceito que determina uma forma de ação social manifestada como protesto político. Essa ideia traz o sentido de uma desobediência expressa a uma determinada lei, caso ela seja enxergada como injusta por um determinado grupo de pessoas. É uma ação caracterizada pela não-violência e visa a transformação social.
Essa ideia foi desenvolvida inicialmente por um ativista norte-americano do século XIX chamado Henry David Thoreau, que manifestou sua insatisfação com os impostos cobrados para financiar a Guerra Mexicano-Americana. O conceito de desobediência civil foi aplicado em alguns momentos da história, como nos protestos pelos direitos civis dos negros liderados por Martin Luther King, nos Estados Unidos.
Definição de desobediência civil
A desobediência civil é um conceito que defende o desrespeito a uma lei por parte da população, se essa lei é vista como injusta. É uma forma que grupos minoritários, ou aqueles que não são ouvidos no processo político, encontram de participar dele e, portanto, é um instrumento que pode ser utilizado pelos cidadãos para garantir a sua cidadania.
A desobediência civil defende a realização de ações de protesto não violentas visando a promoção de justiça social.
Sendo assim, esse tipo de desobediência não é um ato de desordem, uma vez que a sua intenção não é destruir o modelo democrático no qual estamos inseridos, mas transformá-lo, isto é, reformá-lo para que ele garanta igualdade e justiça a todos. Outro elemento fundamental dessa ideia é que ela é aplicada de maneira não violenta.
Assim, a transformação social buscada pela desobediência civil é reivindicada por um ato de rebeldia realizado de maneira não violenta. Por fim, a desobediência civil é uma transgressão realizada publicamente, pois o seu intuito não é desobedecer as leis com uma finalidade egoísta ou destrutiva, mas sim colocar as injustiças da sociedade em evidência como forma de combatê-las.
Surgimento da desobediência civil
Considera-se que o conceito de desobediência civil surgiu de um escrito de um ativista norte-americano do século XIX chamado Henry David Thoreau. Ele escreveu um ensaio chamado A desobediência civil (Civil Disobedience, em inglês), publicado em 1849.
Nesse texto, Thoreau afirma que a desobediência é o único caminho a ser tomado quando as leis existentes são injustas e quando as ações do Estado levam o homem a cometer ou ser conivente com ações inadequadas. Thoreau reivindicava um governo no qual a consciência, e não a vontade da maioria, determinasse o rumo das coisas, pois, na sua visão, a vontade da maioria ainda poderia ser injusta.
Henry David Thoreau é considerado o criador do conceito de desobediência civil por meio de seu ensaio escrito no século XIX.
Thoreau questionava os motivos do porquê um cidadão deveria ser obrigado a cumprir uma lei que ferisse a sua consciência. Ele questionava instituições como um exército permanente, porque, na sua visão, o homem que serve ao exército está servindo ao Estado como uma máquina e, portanto, está abrindo mão de sua própria consciência de seus valores.
Nesse ensaio Thoreau também manifestou seus motivos por recusar-se a pagar impostos para o governo americano, alegando que eles seriam utilizados para financiar a Guerra Mexicano-Americana, conflito travado entre 1846 e 1848, no qual os Estados Unidos tomou uma série de territórios que pertenciam ao México. Thoreau foi preso por essa recusa.
Thoreau considerava essa guerra injusta, e via-a apenas como ferramenta que levaria à expansão da escravidão, outra instituição que ele considerava da mesma forma. Ele via que a única maneira de combater-se as injustiças do Estado, fosse na questão da guerra, fosse na manutenção da escravidão, seria rebelar-se contra ele.
Casos de desobediência civil na história
O estudo da história permite-nos identificar alguns exemplos de desobediência civil. Os casos mais conhecidos foram os realizados por Mahatma Gandhi, no contexto de luta pela independência da Índia, e as ações conduzidas por figuras como Rosa Parks e Martin Luther King, no contexto do movimento pelos direitos civis dos afro-americanos nas décadas de 1950 e 1960.
ATIVISMO

Em 20 de agosto de 2018, Thunberg tinha 15 anos de idade e estava cursando o nono ano na Suécia, decidiu não frequentar a escola até as eleições gerais de 2018 na Suécia, em 9 de setembro, depois de ondas de calor e incêndios na Suécia. Seus pedidos foram que o governo da Suécia reduzisse as emissões de carbono, de acordo com o Acordo de Paris, e protestou sentando do lado de fora do Riksdag, o parlamento de seu país, todos os dias, durante o horário escolar com o sinal de "Skolstrejk för klimatet" (greve da escola pelo clima em português). Algumas pessoas que passavam e viam Greta com seu cartaz tentavam dissuadi-la no inicio dizendo que ela era jovem e precisava frequentar a escola mas ela sempre retrucava com seu argumento de que "não fazia sentido ir pra escola se não houvesse futuro". Eventualmente, outras pessoas começaram a apoiá-la e a cada dia, seu protesto ganhava mais e mais integrantes.
Após as eleições gerais, continuou a greve somente nas sextas-feiras, que ganhou atenção mundial. Protestos semelhantes passaram a ser organizados independentemente em diversos outros países, como a Holanda, a Alemanha, a Finlândia e a Dinamarca. Na Austrália, milhares de estudantes foram inspirados por Thunberg a fazer greve na sexta-feira, ignorando os comentários do Primeiro-Ministro Scott Morrison que diziam "mais de aprendizagem nas escolas e menos ativismo".
No Twitter, usou hashtags e disseminou a consciência online. Thunberg participou na manifestação Rise for Climate (Erga-se pelo clima em português) em frente ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, e a Declaração de Rebelião organizada pela Extinção Rebelião em Londres. Em 4 de dezembro de 2018, Thunberg abordou a COP24 das Nações Unidas para a cúpula das alterações climáticas. Em sua declaração para o COP24 em 12 de dezembro de 2018 na assembleia plenária, observouː
"Mas para o fazer, temos de falar claramente, por muito desconfortável que isso possa ser. Só se fala de crescimento econômico verde e eterno porque se tem demasiado medo de ser impopular. Só se fala em avançar com as mesmas más ideias que nos meteram nesta confusão, mesmo quando a única coisa sensata a fazer é puxar o freio de emergência. Vocês não são maduros o suficiente para dizer que a situação é essa. Até esse fardo vocês deixam para nós, crianças." — Greta Thunberg
CRÍTICAS E RESPOSTAS
Thunberg e sua campanha foram criticadas por políticos e outros; o primeiro-ministro da Austrália Scott Morrison, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente russo Vladimir Putin, o presidente americano Donald Trump, o presidente da França Emmanuel Macron, o primeiro ministro italiano Giuseppe Conte, OPEP e alguns comentaristas da mídia. As críticas variam de ataques pessoais a alegações de que ela simplifica demais as questões complexas envolvidas.
Em Julho de 2019, a Agence France-Presse informou que o secretário-geral da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) Mohammed Barkindo "reclamou do que chamou de ataques 'não científicos' à indústria do petróleo por ativistas da mudança climática, chamando-os de 'talvez a maior ameaça para a nossa indústria daqui para frente'", e disse que estava aparentemente referindo-se "à recente onda de greves escolares inspiradas no movimento' sextas-feiras para o futuro' da adolescente sueca Greta Thunberg". Thunberg e outros ativistas climáticos responderam classificando tais comentários como uma distinção de honra.
Após a ação de Thunberg contra a França, a Alemanha e outros países que não cumpriram suas metas de redução de emissões do Acordo de Paris, Emmanuel Macron disse: "essas posições radicais (como as defendidas por Thunberg) antagonizam nossas sociedades... Ela deve se concentrar naqueles que estão postergando, os que estão mais longe... Não sinto que os governos franceses ou alemães estejam tentando postergar". A secretária de Estado francesa para a transição ecológica e inclusiva Brune Poirson também a criticou, dizendo que "ela não sabe que soluções está apresentando", acrescentando que "você não pode se mobilizar com base no desespero, ou até no ódio". Em uma coluna de opinião, Christopher Caldwell afirmou que a abordagem direta de Thunberg às mudanças climáticas colocará manifestantes em conflito com as complexidades da tomada de decisões nas democracias ocidentais. Madeline Grant, escrevendo no Daily Telegraph, disse que Thunberg é "uma santa do ambientalismo", enquanto Guillaume Larrivé, candidato à liderança dos republicanos na França, a chama de "Guru do Apocalipse".
Em Setembro de 2019, Donald Trump compartilhou um vídeo em que Thunberg fala sobre os líderes mundiais em tom agressivo, juntamente com uma citação dela de que "as pessoas estão morrendo, ecossistemas inteiros estão em colapso. Estamos no início de uma extinção em massa". Trump escreveu sobre Thunberg, twittando: "Ela parece uma jovem muito feliz, ansiosa por um futuro brilhante e maravilhoso. É tão bom ver isso!" Thunberg reagiu alterando sua biografia no Twitter para corresponder à sua descrição e afirmando que ela não podia "entender por que os adultos escolheriam zombar de crianças e adolescentes por apenas se comunicarem e agirem conforme a ciência quando poderiam fazer algo de bom".
Em Outubro de 2019, Vladimir Putin descreveu Thunberg como uma "jovem gentil e muito sincera", enquanto sugeria que ela estava sendo manipulada para servir interesses obscuros. Putin a criticou por estar "mal informada": "Ninguém explicou a Greta que o mundo moderno é complexo e diferente e as pessoas na África e em muitos países asiáticos querem viver com o mesmo nível de riqueza que na Suécia". Semelhante à sua reação a Trump, Thunberg atualizou sua biografia no Twitter para refletir a descrição de Putin.
Em dezembro de 2019, Thunberg twittou "Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger a floresta (sic) do desmatamento ilegal. Uma e outra vez. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso". Ao ser questionado sobre esse assunto dois dias depois, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro respondeu: "Greta disse que os índios estão morrendo porque tentam proteger a Amazônia. É impressionante como a mídia dá voz a essa pirralha". No mesmo dia, Thunberg mudou sua descrição do Twitter para "pirralha", a palavra em português usada por Bolsonaro.
Críticas contra os ataques a Thunberg
Em Agosto de 2019, Scott Walsman escreveu na Scientific American que os detratores de Thunberg "lançam ataques pessoais", "criticam (seu) autismo" e "cada vez mais dependem de ataques ad hominem para diminuir sua influência".
Escrevendo no The Guardian, Aditya Chakrabortty disse que colunistas como Brendan O'Neill, Toby Young, o blog Guido Fawkes, bem como Helen Dale e Rod Liddle no The Spectator e The Sunday Times estavam fazendo "ataques pessoais feios" a Thunberg. Como parte de sua negação às mudanças climáticas, o partido de direita Alternativa para a Alemanha atacou Thunberg "de maneira bastante cruel", segundo Jakob Guhl, pesquisador do Instituto para o Diálogo Estratégico.
Um comentário de Arron Banks no Twitter destacando que "acidentes de iatismo ocorrem em Agosto..." indignou vários integrantes do parlamento, celebridades e acadêmicos. Tanja Bueltmann, fundadora da EU Citizens' Champion, disse que Banks "invocou o afogamento de uma criança" para sua própria diversão e observou que a maioria dos que atacam Thunberg "são homens brancos de meia-idade, à direita do espectro político". Escrevendo no The Guardian, Gaby Hinsliff, disse que Thunberg se tornou "a nova frente da guerra cultural do Brexit", argumentando que o ultraje gerado por ataques pessoais a Thunberg por Brexiteers "lhes dá o bem-vindo oxigênio da publicidade".
Em entrevista à Suyin Haynes para a Time, Greta analisa as críticas que recebe on-line: "É bastante hilário quando a única coisa que as pessoas podem fazer é zombar de você ou falar sobre sua aparência ou personalidade, pois significa que elas não têm argumentos. Ou nada mais a dizer".
Prêmios e honrarias
Greta Thunberg foi uma das vencedoras do artigo de debate do Svenska Dagbladet em uma competição sobre o clima para os jovens em maio de 2018. Thunberg foi indicada para o prêmio da empresa de eletricidade Telge Energi para crianças e jovens que promovem o desenvolvimento sustentável, o Prêmio do Clima para Crianças, mas recusou porque os finalistas teriam de voar para Estocolmo. Em dezembro de 2018, a revista Time nomeou Thunberg uma dos 25 adolescentes mais influentes do mundo daquele ano. Em novembro de 2018, recebeu a bolsa Fryshuset de jovem modelo do ano.
Em 8 de março de 2019, Thunberg foi nomeada Mulher Sueca do Ano pela Swedish Women's Educational Association. Em 13 de março, dois deputados do parlamento sueco e três deputados do parlamento norueguês nomearam Thunberg como candidata ao Prêmio Nobel da Paz. Os políticos que indicaram explicaram sua decisão argumentando que o aquecimento global será a causa de "guerras, conflitos e refugiados" se nada for feito para detê-lo. Thunberg respondeu que ficou "honrada e muito grata" pela indicação. Entretanto, o prêmio foi para o primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed, como resultado de suas ações para terminar a Guerra Eritreia-Etiópia que durava mais de 20 anos em 2018. Se Thunberg tivesse ganhado o Prêmio Nobel da Paz, ela teria se tornado a pessoa mais jovem a recebê-lo. Em 31 de março, Thunberg recebeu o prêmio alemão Goldene Kamera de Proteção Climática Especial. Em 1 de abril de 2019, o Prix Liberté da região francesa da Normandia foi concedido a Thunberg, que recebeu em Caen, no norte da França, em 21 de julho daquele ano. Além de um troféu, 25 mil euros para promover sua iniciativa. Thunberg disse que doaria o prêmio em dinheiro a quatro organizações que trabalham pela justiça climática e ajudam áreas já afetadas pela mudança climática.
Greta no Parlamento Europeu em abril de 2019.
Em 12 de abril de 2019, Thunberg compartilhou o prêmio Fritt Ord, que comemora a liberdade de expressão, com a organização Nature and Youth. Na organização conferencista, Fritt Ord observou seu determinado ativismo comprometido mesmo diante do assédio generalizado online e da mídia. Thunberg doou sua parte do prêmio em dinheiro a uma ação que visa interromper a exploração de petróleo norueguês no Ártico. No mesmo mês, a revista Time nomeou Thunberg como uma das 100 pessoas mais influentes de 2019. No mesmo mês, a organização chilena, Fundación Milarepa para el Diálogo con Asia, liderada por Mario Aguilar, da Universidade de St. Andrews, anunciou que Thunberg havia sido selecionada como a vencedora do prêmio Laudato Si' da organização. O Prêmio Webby nomeou Thunberg para o "Movimento Social Webby do Ano" de 2019.
Em maio de 2019, a Universidade de Mons anunciou que concedeu uma Doctor Honoris Causa a Thunberg. O diploma de doutorado e as insígnias foram concedidos na abertura oficial do ano acadêmico 2019-2020 da universidade, em 10 de outubro de 2019. Thunberg não pôde estar presente na cerimônia, mas agradeceu a universidade em um vídeo. Em maio de 2019, o artista Jody Thomas pintou um mural de Thunberg com 15 metros de altura em uma parede de um edifício em Bristol. O mural retrata a metade inferior do rosto de Greta como se estivesse sob o aumento da água do mar.

Em maio de 2019, Thunberg foi destaque na capa da revista Time, onde foi descrita como um modelo a ser seguido, e uma das "líderes da próxima geração". Em maio de 2019, a Vice lançou um documentário de 30 minutos, Make the World Greta Again. Apresenta entrevistas com vários líderes de protesto juvenil na Europa.
Em 7 de junho de 2019, a Amnesty International anunciou que entregará a Thunberg seu prêmio de maior prestígio, o Premio Embaixador de Consciência, por sua liderança no movimento climático. Thunberg disse então que o prêmio pertence igualmente a todos os que participaram do movimento Fridays for Future, a greve das escolas pelo clima. A ativista disse que o prêmio é "para todas as milhões de pessoas, jovens de todo o mundo que juntos formam o movimento chamado Fridays for Future".
Em julho de 2019, Thunberg recebeu a Medalha Ambiental Geddes pela Real Sociedade Geográfica Escocesa, que automaticamente a concedeu uma bolsa honorária. A edição de setembro de 2019 da capa da revista British Vogue contou com Thunberg (junto com quinze mulheres); a capa foi criada pela editora convidada Meghan, Duquesa de Sussex.
Em 3 de setembro de 2019, Thunberg recebeu o primeiro Game Changer Award no GQ "Men of the Year Awards 2019". O prêmio foi projetado especificamente para ela. Em 25 de setembro de 2019, Thunberg foi nomeada como uma das quatro vencedoras do Prêmio Right Livelihood de 2019, conhecido como o Prêmio Nobel alternativo da Suécia. Thunberg ganhou o prêmio "por inspirar e ampliar demandas políticas por ações climáticas urgentes que refletem fatos científicos", afirmou a Fundação Right Livelihood em um comunicado. Em 27 de setembro de 2019, Thunberg foi premiada com Cidadania honorária à cidade de Montreal, Canadá, pela prefeita Valérie Plante. Ela estava em Montreal para a Greve Global pelo Clima, onde mais de 500.000 pessoas marcharam convidando os líderes políticos a agir contra as mudanças climáticas e se reuniram com a prefeita Plante depois de fazer um discurso para os manifestantes em massa.
Em 1 de outubro de 2019, a The Entomologist's Monthly Magazine publicou um artigo acadêmico em que uma espécie de besouro recém-identificada (Nelloptodes gretae) recebeu o nome "Thunberg". O autor, o cientista Dr. Michael Darby, disse que escolheu o nome porque ficou "imensamente impressionado" com a campanha ambiental da adolescente sueca, e queria agradecer sua excelente contribuição na conscientização sobre questões ambientais.
Em 4 de outubro de 2019, em nome da KidsRights Foundation, Desmond Tutu anunciou que Thunberg, juntamente com Divina Maloum, de 14 anos, de Camarões, recebeu o Prêmio internacional da Criança de 2019. "Estou admirado com você", disse Tutu. "Sua poderosa mensagem é amplificada por sua energia juvenil e sua crença inabalável de que as crianças não podem melhorar seu próprio futuro. Vocês são verdadeiros criadores de mudanças que demonstraram de maneira mais poderosa que as crianças podem mover o mundo". O prêmio foi concedido em 20 de novembro de 2019 em uma cerimônia em Haia.
Em 29 de outubro de 2019, Thunberg recebeu o Prêmio do Meio Ambiente do Conselho Nórdico de 2019, mas recusou-se a aceitar o prêmio ou o prêmio em dinheiro de 52.000 dólares. Greta agradeceu a premiação, antes de dispensá-la. "É uma enorme honra. Mas, o clima não precisa de mais premiações", afirmou Greta em uma nota que também foi lida por ativistas na cerimônia de premiação em Estocolmo. "O que precisamos é que nossos governantes e políticos escutem as melhores pesquisas científicas atuais, e não prêmios".
Em 11 de novembro de 2019, os prêmios da revista Glamour Mulher do Ano foram apresentados. Jane Fonda aceitou em nome de Thunberg que leu a declaração de Thunberg: "Estou incrivelmente honrada por ter recebido esse prêmio... Se uma nerd adolescente sueca de ciência que se recusa a voar, e que nunca usou maquiagem ou foi a um cabeleireiro pode ser escolhida como uma Mulher do Ano por uma das maiores revistas de moda do mundo, então acho que quase nada é impossível. Isso é esperançoso, porque é disso que precisamos agora para evitar uma catástrofe climática. Nós devemos fazer o impossível. Obrigada".
Em 11 de dezembro de 2019, a revista Time nomeou Thunberg a Pessoa do Ano. Ela foi a pessoa mais jovem a ser nomeada Pessoa do Ano. A Time afirmou: "Ela conseguiu criar uma mudança de atitude global, transformando milhões de vagas ansiedades em um movimento mundial que pedia mudanças urgentes. Ela ofereceu um apelo moral para aqueles que estão dispostos a agir e lançou vergonha para aqueles que não o são", reitera a Time. "Ela concentrou a atenção do mundo nas injustiças ambientais que jovens ativistas indígenas protestam há anos. Por causa dela, centenas de milhares de adolescentes 'Gretas', do Líbano à Libéria, deixaram a escola para liderar seus colegas nas greves climáticas em todo o mundo". Greta agradeceu em uma mídia social: "Uau, isso é inacreditável! Compartilho essa grande honra com todos do movimento #FridaysForFuture e com os ativistas climáticos de todos os lugares".
Em abril de 2020, uma nova espécie antártica de Collembola, foi batizada "Friesea gretae" em homenagem a Greta Thunberg. Em Julho de 2020 foi galardoada com o Prêmio Gulbenkian para a Humanidade.
Em 11 de janeiro de 2022, uma nova espécie de sapo descoberta por pesquisadores do Panamá, Brasil, Alemanha e Tchéquia recebeu o nome científico Prismantis gretathunbergae, em homenagem a ativista sueca.
DOCUMENTÁRIO
Em 2020 foi lançado um documentário intitulado "I Am Greta" (Meu Nome é Greta, em português). O relato aborda a história de Greta começando com sua greve solitária exigindo ações contra as mudanças climáticas em frente ao parlamento sueco até alcançar o reconhecimento global como ativista ambientalista após desencadear greves escolares em todo o mundo.
Recomendo para todos que desejam saber um pouco mais sobre essa heroína! Inclusive foi assistindo à este documentário que aprendi sobre o inicio de sua projeção como ativista e tive ideia de fazer este texto comparando seu protesto à desobediência civil de Thoreau.
Até a Próxima,
Thais
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